segunda-feira, 26 de julho de 2010

Brigas podem ser necessárias pra equilibrar a relação?

Quando Frida Kahlo conheceu Diego Rivera, ela tinha 15 anos e ele 37; ela se impressionou pela figura do muralista, e colocou na cabeça que iria conquistá-lo. Dito e feito: seis anos depois, os dois se casaram. A história da vida em comum dos dois é contada agora pelo escritor francês Jean-Marie Gustave Le Clézio, no livro “Diego e Frida” (editora Record).

Tudo seria perfeito se Rivera não fosse mulherengo e Frida não tivesse um temperamento explosivo. O casamento percorreu caminhos tortuosos até culminar em uma separação onze anos depois – e, depois disso, em uma reconciliação. Apesar das peculiaridades, os aspectos gerais desta relação apontam para uma característica comum a muitos casais: a turbulência como ponto de equilíbrio.

O psicólogo e especialista em relacionamentos Ailton Amélio, professor do Instituto de Psicologia da USP, explica que há casais do tipo “volátil”, cuja personalidade forte faz com que briguem bastante, mas não se separem. “Existem pessoas que não põem nada embaixo do tapete, que não colocam panos quentes. É bem difícil conviver com alguém assim. Mas, ao mesmo tempo que essas pessoas têm o lado negativo, elas têm muita vida”, diz Amélio. Sobre as brigas, o psicólogo salienta que “o importante é como se briga e a qualidade dos bons momentos”.

Zonas de combate

De acordo com Ailton Amélio, a personalidade do casal depende das personalidades individuais dos dois. Por isso, cada casal cria um estilo. “Não há um modelo só. Se o casal brigar de um jeito que não seja destrutivo, não é ruim. É um estilo. O importante é saber reconciliar-se”, completa o psicólogo. Ele sugere uma regra que pode ser aplicada para analisar se uma relação é ou não danosa: a regra dos cinco. “Para cada coisa ruim, precisa ter cinco coisas boas para compensar”.

Conflito e superação

Mas o que une os casais que vivem em conflito? “Há pessoas que, inconscientemente, buscam no outro o seu lado negativo. Normalmente, a autoestima desta pessoa é baixa – e ela acaba encontrando alguém que vai afundá-la ainda mais”, diz Regina Vaz. No caso de Frida, apesar da relação ter sido emocionalmente instável, ela foi primordial para que Kahlo se tornasse uma pintora conhecida. Os altos e baixos dela com Diego iam direto para suas telas. Foi por essa capacidade de demonstrar o que sentia de maneira tão verdadeira que ela foi reconhecida no mundo das artes.

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